O duque André Montes tornou-se secretário de educação de um pequeno principado, outrora colônia portuguesa, pois o anterior, lorde Danúbio, se elegera Primeiro-Ministro. Animado com a colocação, depois da festa oferecida pelo Palácio do Campo das Fadas em sua homenagem, despediu-se do monarca Dom Eloá Ramos e foi para sua residência. Ao deitar, coma cabeça carregada de mil projetos e ideias,tentou conciliar o sono.Quando já estava adormecendo, teve uma visão: um enorme diário de classe azul claro surgiu a sua frente e ele, espantado e maravilhado, escutou uma voz que encheu o recinto:
-Eu sou a mola-mestra da educação de qualidade! Eu tenho o poder de transformar vidas! Através de mim crianças e jovens obterão o conhecimento! Ouça-me e siga as minhas instruções!
No dia seguinte, o secretário André Montes já tinha em mente a chave para uma educação de sucesso - o diário mágico! Encomendou réplicas na gráfica real, convocou a imprensa e disse:
-A partir de hoje os professores do reino terão de preencher todas as páginas do diário escolar ou serão punidos!
Para melhor fiscalizar suas ordens, elegeu pessoas de sua confiança que seriam os Guardiões do Diário. Estas pessoas acompanhavam os docentes passo a passo e anotavam tudo em um livro secreto que seria entregue ao secretário. O professor Irino foi autuado por não preencher a caderneta. A professora Lisbete recebeu uma notificação do Ministério Público e a professora Suelen foi intimada e deverá comparecer ao Tribunal Federal em breve. Quando um aluno não consegue assimilar rapidamente a matéria, o professor o coloca em frente à caderneta e ele imediatamente aprende. Em recente pronunciamento, o imperador Dom Eloá Ramos afirmou que o Grande Diário veio para solucionar os problemas da educação em seu reino.
(Kate Marrone 58, antiga repórter da A Moita, atualmente em Notícias de Paranã-Puca)
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