quarta-feira, 25 de abril de 2012

A LENDA DO GRANDE DIÁRIO (A Monitorada da Metro Sul)

Abril de 2012: Após ter realizado o monitoramento de conteúdo online, a professora  de Língua Portuguesa , Katiane, da Escola Almira Babel, foi surpreendida com o monitoramento paralelo (uma espécie de acareação do SMC).
Por ser esse mecanismo de monitoramento curricular uma forte arma de controle governamental que pode agir no controle de seus saberes, a professora Katiane desconfia de que o próximo passo da Gerência Regional de Educação de Paranã-Puca será a implantação de um chip para rastrear os professores de Língua Portuguesa e Matemática, disciplinas fortemente assediadas, a fim de controlar a forma de pensar e de agir desses docentes.
Kate Marrone 58 em Notícias de Paranã-Puca.

"Onde há poder, há resistência ao poder." (Foucault)

sexta-feira, 20 de abril de 2012

ESSA NÃO É SÁTIRA (Merece investigação)


Ingressos gratuitos causam confusão

Publicado em 20/04/2012, Às 17:39

Nesta sexta-feira (20), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) recebeu várias reclamações de professores das escolas regulares que compraram  ingressos para assistir ao show de Paul McCartney no Recife. Segundo o sindicato, o motivo da indignação foi que a Secretaria Estadual de Educação distribuiu  ingressos, gratuitamente, somente para os professores das escolas integrais. O Sintepe agora quer saber o valor total da compra dos ingressos (que não são nada baratos), de onde os recursos foram retirados e qual o critério de distribuição. Com a palavra, o governo do Estado

Fonte: http://jconline.ne10.uol.com.br/jcnasruas/2012/04/ingressos-gratuitos-causam-confusao/

sábado, 14 de abril de 2012

OS BRUZUNDANGAS (Trecho do capítulo XXII)


                        No Gabinete do Ministro  
— O senhor quer ser diretor do Serviço Geológico da Bruzundanga? pergunta o ministro.
— Quero, Excelência.
— Onde estudou geologia?
— Nunca estudei, mas sei o que é vulcão.
— Que é?
— Chama-se vulcão a montanha que, de uma abertura, em geral no cimo, jorra turbilhões
de fogo e substâncias em fusão.
— Bem. O senhor será nomeado.  

AS ELEIÇÕES ( Capítulo XIV do livro Os bruzundangas)


DENTRE as muitas superstições políticas do nosso tempo, uma das mais curiosas é sem
dúvida a das eleições. Admissíveis quando se trata de pequenas cidades, para a escolha de
autoridades verdadeiramente locais, quase municipais, como eram na antiguidade, elas tomam
um aspecto de sortilégio, de adivinhação, ao  serem transplantadas para os nossos imensos
estados modernos. Um deputado eleito por um dos nossos imensos distritos eleitorais, com as
nossas dificuldades de comunicação, quer materiais, quer intelectuais, sai das urnas como um
manipanso a quem se vão emprestar virtudes e poderes que ele quase sempre não tem. Os seus
eleitores não sabem quem ele é, quais são os seus talentos, as suas idéias políticas, as suas vistas
sociais, o grau de interesse que ele pode ter pela causa pública; é um puro nome sem nada atrás
ou dentro dele. O eleito, porém, depois de certos passes e benzeduras legais, vai para a Câmara
representar-lhes a vontade, os desejos e, certamente, procurar minorar-lhes os sofrimentos, sem
nada conhecer de tudo isto.
A superstição eleitoral é uma das nossas cousas modernas que mais há de fazer rir os
nossos futuros bisnetos.  
Na Bruzundanga, como no Brasil, todos os representantes do povo, desde o vereador até ao
presidente da república, eram eleitos por sufrágio universal, e, lá, como aqui, de há muito que os
políticos práticos tinham conseguido quase totalmente eliminar do aparelho eleitoral este
elemento perturbador — “o voto”.
Julgavam os chefes e capatazes políticos que apurar os votos dos seus concidadãos era
anarquizar a instituição e provocar um trabalho infernal na apuração porquanto cada qual votaria
em um nome, visto que, em geral, os eleitores têm a tendência de  votar em conhecidos ou
amigos. Cada cabeça, cada sentença; e, para obviar os inconvenientes de semelhante fato, os
mesários da Bruzundanga lavravam as atas conforme entendiam e davam votações aos
candidatos, conforme queriam.
Na capital da Bruzundanga, Bosomsy, onde assisti diversas eleições, o espetáculo delas é o
mais ineditamente pitoresco que se pode imaginar.
As ruas ficam quase desertas, perdem o seu trânsito habitual de mulheres e homens
atarefados; mas para compensar tal desfalque passam constantemente por elas carros,
automóveis, pejados de  passageiros heterogêneos. O doutor-candidato vai neles com os mais
cruéis assassinos da  cidade, quando ele mesmo não é um assassino; o grave chefe de seção,
interessado na eleição de F., que prometeu fazê-lo diretor; o grave chefe, o homem severo com
os vadios de sua burocracia, não trepida em andar de cabeça descoberta, com dous ou três
calaceiros conhecidíssimos. A fisionomia aterrada e curiosa da cidade dá a entrever que se está à
espera de uma verdadeira batalha; e a julgar-se pelas fisionomias que se amontoam nas seções,
nos carros, nos cafés, e botequins, parece que as prisões foram abertas e todos os seus hóspedes
soltos, naquele dia.  
Raro é o homem de bem que se faz eleitor, e se se alista, para atender a pedido

domingo, 8 de abril de 2012

OS BRUZUNDANGAS

RECOMENDO: Os bruzundangas, de Lima Barreto. São crônicas reunidas com se fossem um livro. O autor narra, de forma satírica, vários aspectos da vida brasileira, tais como política, hábitos sociais, educação, sistema escolar e eleições. Bruzundanga é muito parecido com o Brasil do século XX e o de hoje.

CONJUGAÇÃO

Affonso Romano de Sant'Anna: Talentoso poeta, cronista, administrador cultural e jornalista, nascido em 27 de março de 1937, em Belo Horizonte Minas Gerais.

Eu falo
tu ouves
ele cala.

Eu procuro
tu indagas
ele esconde.

Eu planto
tu adubas
ele colhe.

Eu ajunto
tu conservas
ele rouba.

Eu defendo
tu combates
ele entrega.

Eu canto
tu calas
ele vaia.

Eu escrevo
tu me lês
ele apaga.






sábado, 7 de abril de 2012

A Lenda Do Grande Diário ( O Prefeito de Yapoatan - Parte II )

Sir Enias Fontes, prefeito de Yapoatan, antiga província de Paranã-Puca, inaugurou com grande pompa, um campo de futebol que já existia há mais de vinte anos, localizado no final de um conjunto residencial que tem o nome de um arcebispo famoso. Mandou colocar refletores e o local virou ponto de encontro da gurizada e da moçada que durante a noite corria, andava de bicicleta, jogava bola, etc. Era uma festa.
Aconteceu, porém, que Sir Enias Fontes marcou uma reunião com a comunidade local e ninguém compareceu. Resultado: mandou desligar os refletores. Segundo o depoimento de um morador que não quis se identificar, foi esse o motivo pelo qual o campo voltou a ser como era antes da "inauguração".
Sir Enias Fontes diz que "está trabalhando por uma cidade nova".


Kate Marrone 58, antiga repórter da A Moita, atualmente em Notícias de Paranã-Puca.