segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

CITAÇÕES DE FRANCISCO QUEVEDO



"Quem julga pelo que ouve e não pelo que entende é orelha, não juiz."

"A inveja é assim tão magra e pálida porque morde e não come."

"Causam menos danos cem delinquentes do que um mau juiz."

"O maior ladrão não é o que rouba por nada ter, mas o que tendo dá morte, para roubar mais."

"Nunca melhora o seu estado quem muda só de lugar mas não de vida e de hábitos."

"Quem quiser ter saúde no corpo, procure tê-la na alma."

domingo, 22 de dezembro de 2013

POEMA DE QUEVEDO

CONVENIÊNCIAS DE NÃO USAR OS OLHOS, OS OUVIDOS E A LÍNGUA 

    Ouvir, ver e calar remédio era 
nesse tempo em que os olhos e o ouvido 
e a língua puderam ser sentido 
e não delito que ofender pudera. 
    Surdos, hoje, os remeiros com a cera, 
um mar navegarei que (encanecido 
de ossos, mas não de espumas) com bramido 
sepulta quem ouviu voz insincera. 
    Sem ser ouvido e sem ouvir, ociosos 
olhos e orelhas, serei olvidado 
pelo cenho dos homens poderosos. 
    Se é delito saber quem é culpado, 
o vício que o indaguem os curiosos 
e viva eu ignorante e ignorado. 

Francisco Quevedo, in 'Antologia Poética' 
Tradução de José Bento

FRANCISCO GÓMEZ DE QUEVEDO Y VILLEGAS

Escritor espanhol (17/9/1580-8/9/1645). É considerado um dos maiores nomes da literatura de seu país no período barroco. Francisco Gómez de Quevedo y Villegas nasce em Madri, em uma família rica. Estuda nas universidades de Alcalá e Valladolid, aprende diversas línguas e com 23 anos já se destaca como poeta.
Miguel de Cervantes elogia seu trabalho. Mas Quevedo quer seguir carreira política. Torna-se conselheiro do duque de Osuna em 1613 e serve na Sicília e em Nápoles (Itália), então províncias espanholas. Acusado de envolver-se em uma conspiração como agente de Osuna, volta para a Espanha em 1618.
Francisco de Quevedo y Villegas Com a ascensão do rei Felipe IV, o duque perde o poder e o poeta é desterrado em 1620. Dedica-se então à literatura, produzindo desde versos satíricos até tratados filosóficos.
Seus sonetos mais marcantes tratam da brevidade da vida. Faz paródias das obras de Luís de Gôngora, autor de estilo complicado, seu contemporâneo e rival nas letras, inventando expressões que deixam o verso incompreensível. Publica um conjunto de textos satírico-morais sob o título Los Sueños (Os Sonhos, 1627). Morre em Villanueva de los Infantes.

domingo, 1 de dezembro de 2013

A LENDA DO GRANDE DIÁRIO (DITADURA PARANAPUCANA)

NOTAS:

*O Imperador Dom Eloá Ramos compareceu a uma entrevista à TV Palanque e não gostou nem um pouco quando o repórter lhe perguntou se ele se sentia responsável pela morte de uma criança que sofria de uma grave doença e pela falta de um medicamento importado, que deveria ter sido fornecido pelo Reino de Paranã-Puca, acabou falecendo. Com raiva, e ferido nos brios, o vaidosíssimo monarca exigiu a demissão do jornalista. A direção da  emissora, morrendo de medo, prontamente o atendeu.

*Desembargador de Paranã-Puca censura blogueira Nobélia Brígio e esta ficará proibida de fazer denúncias contra o Imperador Dom Eloá Ramos.

*Também não se pode pronunciar o verdadeiro nome de Você Sabe Quem, importante figura da Educação de Paranã-Puca, importada por Dom Eloá Ramos do Reino de Minérios Gerais. Você Sabe Quem foi convidada pelo Imperador, mesmo respondendo a inquérito na Polícia Federal por Crime de Responsabilidade por má  gestão de recursos na secretaria de Educação de uma província de Minérios Gerais.

Kate Marrone 58 em Notícias de Paranã-Puca.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A LENDA DO GRANDE DIÁRIO (NOTAS)

*O Imperador Dom Eloá Ramos julga-se o próprio Hércules. Assim como o herói da Mitologia Grega precisou realizar 12 trabalhos, o monarca terá 12 desafios para enfrentar. Um desses desafios é reduzir o número de secretarias que ele mesmo criou quando assumiu o reinado de Paranã-Puca.

*Enquanto o Imperador Dom Eloá Ramos se concentra para as grandes eleições do continente Terra Brasílis, as escolas  de Paranã-Puca passam por momentos difíceis. Muitas não receberam o material didático, outras estão sem os Diários de Classe, várias estão sucateadas e algumas estão vivendo o pesadelo da municipalização. No entanto, o  conde Josué Anta,  atual Secretário de Educação, durante um debate em uma rádio de Arrecifes, afirmou que tudo anda às mil maravilhas.

Kate Marrone 58 em Notícias de Paranã-Puca.

domingo, 17 de novembro de 2013

A LENDA DO GRANDE DIÁRIO (VIDA DE DOCENTE) 2

A professora Lisbeth, da Escola Almira Babel, finalmente conseguiu gozar da licença prêmio da qual tinha direito, após meses de tentativas. Ao completar o tempo de serviço, ela deu logo entrada na aposentadoria. Passado 2 meses, resolveu ir à Secretaria de Educação de Paranã-Puca para saber sobre o andamento do processo, em companhia da colega Katiane. Para surpresa da professora pré-aposentada, a informação que passaram foi a de que  o imperador Dom Eloá Ramos não pagou à empresa terceirizada de digitação, fazendo com que os processos ficassem parados, já que os funcionários, sem receber salários, não estavam indo trabalhar.
Enquanto isso, ignorando todos os transtornos que tem causado, o imperador viaja de jatinho pelo continente Terra Brasílis, em plena campanha para Imperador-Mor, dizendo que representa "o novo" e que é a melhor opção para o combate à velha política que assola o continente.
A professora Katiane, que completará 25 anos de magistério dentro de 9 meses, tem esperança de que em agosto de 2014, os funcionários da empresa de digitação já tenham recebido seus salários.

Kate Marrone 58 em Notícias de Paranã-Puca.

sábado, 16 de novembro de 2013

COMUNICADO


POR MOTIVOS TÉCNICOS, ESTIVEMOS FORA POR ALGUM TEMPO. GOSTARÍAMOS DE EXTERNAR NOSSAS DESCULPAS.

Kate Marrone 58, antiga repórter de A Moita em Notícias de Paranã-Puca.

terça-feira, 9 de julho de 2013

COMO OBTER SUCESSO POLÍTICO EM PARANÃ-PUCA



Em 5 passos:

1- Ter um parente político (pai, tio ou avô)

2- Engajar-se com o parente político (pai, tio ou avô)

3- Lançar-se candidato às custas do nome do parente político (pai, tio ou avô)

4- Ser oportunista (caso algum candidato adversário esteja envolvido em escândalo, mostre-se bonzinho)

5- Dominar a mídia (se for eleito prefeito ou governador, compre milhares de assinaturas dos principais jornais para os servidores públicos, especialmente professores)

sexta-feira, 28 de junho de 2013

A LENDA DO GRANDE DIÁRIO (A Máscara Caiu!)



 Terra Brasílis está em polvorosa com a onda de protestos que assola todo o continente. A imperatriz-mor Edilma Rosado Lobo já fez pronunciamento em rede nacional, mas de nada adiantou. Os paranapucanos também resolveram protestar. Quando ocorreu o primeiro protesto, o imperador Dom Eloá Ramos anunciou na mídia que o valor da passagem de ônibus teria R$ 0,10 centavos de redução, porém as manifestações continuaram e ele foi ficando enfezado e rancoroso. Como o Palácio do Campo da Fadas está em reforma, todos resolveram seguir para o Centro de Convenções de Paranã-Puca, atual lugar de despachos do imperador. Enquanto marchavam, Dom Eloá Ramos dava ordens  para a tropa de choque bloquear o acesso:
- Quero comandar pessoalmente!
- Majestade, não se exponha, preserve a sua imagem! - aconselhou o assessor real, Lorde Babão.
- Não se preocupe. Usarei esta máscara! Está um pouco folgada, mas ninguém me reconhecerá!
Durante o protesto, os ânimos acirraram e a guarda real prendeu vários estudantes que foram acusados de portarem traques juninos.
- É isso mesmo! Prendam todos eles! - incitava Dom Eloá Ramos, deixando a máscara cair. Alguém viu e gritou:
- Vejam, é o imperador! A máscara dele caiu!
E foi nesse dia que todos puderam ver a verdadeira face de Dom Eloá Ramos.




Kate Marrone 58 em Notícias de Paranã-Puca.

domingo, 9 de junho de 2013

A LENDA DO GRANDE DIÁRIO (Onde anda Dom Eloá Ramos?)



Em alguma secretaria de Paranã-Puca:
- Por onde anda o Imperador Dom Eloá Ramos, Castrina?
- Está viajando pelo Continente Terra Brasílis, fazendo campanha, Raulina. Mas nem se alegre! Ele está na companhia de um tablet nos monitorando!
- Ui!

Kate Marrone 58 em: Notícias de Paranã-Puca.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

OS BRUZUNDANGAS (Lima Barreto)

NOTAS SOLTAS

Sobre os Literatos

QUANTAS cartas tens aí! disse-lhe eu ao vê-lo abrir a carteira para tirar uma nota com que
pagasse a despesa.
— São “pistolões”.
— Pra tanta gente?
— Sim; para os críticos dos jornais e das revistas. Não sabes que vou publicar um livro?

Sobre a Indústria

A INDÚSTRIA nacional da Bruzundanga tem por fim espoliar o povo com os altos preços
dos seus produtos. É nacional, mas recebe a matéria-prima, já em meia manufatura, do
estrangeiro.

A Última Nota Solta

A HABILIDADE dos governantes da Bruzundanga é tal, e com tanto e acendrado carinho
velam pelos interesses da população, que lhes foram confiados, que os produtos mais normais à
Bruzundanga, mais de acordo com a sua natureza, são comprados pelos estrangeiros por menos
da metade do preço pelo qual os seus nacionais os adquirem.

Mais imagens
Lima Barreto
Afonso Henriques de Lima Barreto, melhor conhecido como Lima Barreto, foi um jornalista e um dos mais importantes escritores libertários brasileiros. Era filho de João Henriques de Lima Barreto e de Amália Augusta. O seu pai foi tipógrafo. Wikipédia
Falecimento1 de novembro de 1922, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro



domingo, 2 de junho de 2013

A LENDA DO GRANDE DIÁRIO (Ainda Sobre a Lei do Piso)

Em algum lugar de Terra Brasilis:
- Majestade, os docentes de Paranã-Puca estão dizendo que milorde não passa de um fora-da-lei nas redes sociais!
- Por qual motivo essa ralé está me xingando, Secretário Josué Anta?
- É ainda por causa da utilização das gratificações que eles tinham e que foram incorporadas para compor o piso salarial deles!
- Ora, não estou nem aí, estou mais preocupado é com a minha campanha  para ser o Grande Imperador do Continente Terra Brasílis.
- Mas majestade...
- Não se preocupe, sir Josué Anta. Em Paranã-Puca, eu sou a lei!

Kate Marrone 58 em Notícias de Paranã-Puca.

sábado, 1 de junho de 2013

Os Bruzundangas (Capítulo VI: O ensino na Bruzundanga) por Lima Barreto

Há casos tão escandalosos que, só em contá-los, metem dó.
Passando assim pelo que nós chamamos preparatórios, os futuros diretores da República dos Estados Unidos da Bruzundanga acabam os cursos mais ignorantes e presunçosos do que quando para lá entraram. São esses tais que berram: "Sou formado! Está falando com um homem formado!" Ou senão quando alguém lhes diz:
— "Fulano é inteligente, ilustrado...", acode o homenzinho logo:
— É formado?
__ Não.
— Ahn!
Raciocina ele muito bem. Em tal terra, quem não arranja um título como ele obteve o seu, deve ser muito burro, naturalmente.
Há outros, espertos e menos poderosos, que empregam o seguinte truc. Sabem, por exemplo, que, na província das Jazidas, os exames de matemática elementar são mais fáceis. Que fazem eles? Inscrevem-se nos exames de lá, partem e voltam com as certidões de aprovação.
Continuam eles nessas manobras durante o curso superior. Em tal escola são mais fáceis os exames de tais matérias. Lá vão eles para a tal escola, frequentam o ano, decoram os pontos, prestam ato e, logo aprovados, voltam correndo para a escola ou faculdade mais famosa, a fim de receberem o grau. O ensino superior fascina todos na Bruzundanga. Os seus títulos, como sabeis, dão tantos privilégios, tantas regalias, que pobres e ricos correm para ele. Mas só são três espécies que suscitam esse entusiasmo: o de médico, o de advogado e o de engenheiro.
Houve quem pensasse em torná-los mais caros, a fim de evitar a pletora de doutores. Seria um erro, pois daria o monopólio aos ricos e afastaria as verdadeiras vocações. De resto, é sabido que os lentes das escolas daquele país são todos relacionados, têm negócios com os potentados financeiros e industriais do país e quase nunca lhes reprovam os filhos.
Extinguir-se as escolas seria um absurdo, pois seria entregar esse ensino a seitas religiosas, que tomariam conta dele, mantendo-lhe o prestígio na opinião e na sociedade.
Apesar de não ser da Bruzundanga, eu me interesso muito por ela, pois lá passei uma grande parte da minha meninice e mocidade.
Meditei muito sobre os seus problemas e creio que achei o remédio para esse mal que é o seu ensino. Vou explicar-me sucintamente.
O Estado da Bruzundanga, de acordo com a sua carta constitucional, declararia livre o exercício de qualquer profissão, extinguindo todo e qualquer privilégio de diploma.
Feito isso, declararia também extintas as atuais faculdades e escolas que ele mantém.
Substituiria o atual ensino seriado, reminiscência da Idade Média, onde, no trivium, se misturava a gramática com a dialética e, no quadrivium, a astronomia e a geometria com a música, pelo ensino isolado de matérias, professadas pelos atuais lentes, com os seus preparadores e laboratórios.
Quem quisesse estudar medicina, frequentaria as cadeiras necessárias à especialidade a que se destinasse, evitando as disciplinas que julgasse inúteis.
Aquele que tivesse vocação para engenheiro de estrada de ferro, não precisava estar perdendo tempo estudando hidráulica. Frequentaria tão-somente as cadeiras de que precisasse, tanto mais que há engenheiros que precisam saber disciplinas que até bem pouco só se exigiam dos médicos, tais como os sanitários; médicos — os higienistas — que têm de atender a dados de construção, etc.; e advogados a estudos de medicina legal.
Cada qual organizaria o programa do seu curso, de acordo com a especialidade da profissão liberal que quisesse exercer, com toda a honestidade e sem as escoras de privilégio ou diploma todo poderoso.
Semelhante forma de ensino, evitando o diploma e os seus privilégios, extinguiria a nobreza doutoral; e daria aos jovens da Bruzundanga mais honestidade no estudo, mais segurança nas profissões que fossem exercer, com a força que vem da concorrência entre homens de valor e inteligência nas carreiras que seguem.
Eu não suponho, não tenho a ilusão que alguém tome a sério semelhante ideia.
Mas desejava bem que os da Bruzundanga a tomassem, para que mais tarde não tenham que se arrepender.
A nobreza doutoral, lá, está se fazendo aos poucos irritante, e até sendo hereditária. Querem ver? Quando por lá andei, ouvi entre rapazes este curto diálogo:
— Mas T. foi reprovado?
— Foi.
— Como? Pois se é filho do doutor F.?
Os pais mesmo têm essa ideia; as mães também; as irmãs da mesma forma, de modo a só desejarem casar-se com os doutores. Estes vão ocupar os melhores lugares, as gordas sinecuras, pois o povo admite isto e o tem achado justo até agora. Há algumas famílias que são de verdadeiros Polignacs doutorais. Ao lado, porém, delas vai se formando outra corrente, mais ativa, mais consciente da injustiça que sofre, mais inteligente, que, pouco a pouco, há de tirar do povo a ilusão doutoral.
É bom não termos que ver, na minha querida Bruzundanga, aquela cena que a nobreza de sangue provocou, e Taine, no começo da sua grande obra Origens da França Contemporânea, descreve em poucas e eloquentes palavras. Eu as traduzo:
"Na noite de 14 para 15 de julho de 1789, o Duque de Larochefoucaud-Liancourt fez despertar Luís XVI para lhe anunciar a tomada da Bastilha.
— É. uma revolta? diz o rei.
— Sire, respondeu o duque, — é uma revolução".

quarta-feira, 27 de março de 2013

OS BRUZUNDANGAS (Lima Barreto)


Os Bruzundangas é um romance de Lima Barreto, escritor pré-moderno que fala da Bruzundanga é um país de ficção, localizado nas zonas tropical e subtropical, é um lugar muito parecido com o Brasil, onde se encontra, elites pouco cultas dominando e explorando o povo. Desta forma, o narrador que é um brasileiro que morou uns tempos nesse país, vai fazendo de forma satirizada uma crítica a todas as organizações institucionais e algumas pessoas desse país. 
Logo no início da obra, o narrador faz referência à arte de furtar, seguindo sua narrativa crítica contra os samoiedas que é uma escola literária do país que só valoriza o cânone literário, deixando de lado a literatura oral e copiando hábitos e comportamentos de outros lugares que nada se enquadram com o país, como ocorria com a literatura brasileira da época. 
Neste país, as pessoas valorizam muito os títulos de nobreza, que está dividida em dois grupos: os doutorais e os palpites, assim chamados porque todos querem ser doutores a qualquer preço, ainda que seja através do palpite de ter sido nobre, para dessa forma poderem usufruir das vantagens sociais que apenas esse grupo desfruta. 
Na Bruzundanga, todos que exercem o poder se beneficiam dele de alguma forma e assim, segue o narrador estrangeiro fazendo a crítica a todas as instâncias sociais como a política; a economia confusa que destrói a riqueza do país, que é dominada pelos cafeeiros da província de Kaphet. 
Critica a legislação, a Constituição, baseada na de um país visitado por Gulliver, tem uma lei que diz que se a lei não for conveniente à situação ela não é válida, os presidentes, que são chamados de Mandachuvas, assim como os ministros, os heróis e os deputados; também critica o processo democrático que é corrupto; a ciência através da medicina; o exército e a política internacional. 
Percebe-se na obra, as semelhanças com o Brasil do passado e ainda mais agravado nos dias atuais.
Extraído de :www.netsaber.com.br/resumos

terça-feira, 19 de março de 2013

A LENDA DO GRANDE DIÁRIO (Fúria de uma titã)

 Palácio da Planície -  Brasiliana - sede do governo do continente Terra Brasílis: 
- Majestade, o imperador Dom Eloá Ramos está falando mal de vossa excelência! - afirma esbaforido o ministro da Fazenda.
- O quê? Depois de todos aqueles encontros e jantares em que ele dizia que era meu aliado? Era só o que faltava!
- Pois é, majestade. Ele quer se tornar o imperador supremo de Terra Brasílis. Já começou até a fazer campanha e anda criticando o seu reinado.
- Olhe para mim,  ministro Manteiga! Precisamos cortar as asinhas dele!
- Isso mesmo, majestade! Aquele ingrato está pondo as unhas de fora!
- Já sei! Comecemos com o porto de Suapa, que ele vive dizendo que foi ideia dele. Vamos federalizá-lo ou eu não me chamo Edilma Rosado Lobo!

Kate Marrone 58 em Notícias de Paranã-Puca.

quarta-feira, 13 de março de 2013

A LENDA DO GRANDE DIÁRIO (Vida de Docente)

EPISÓDIO 1:
A professora Lisbeth, da Escola Almira Babel, estava aflitíssima com o fato de não conseguir tirar sua licença-prêmio, mesmo tendo solicitado a autorização de gozo da mesma há cerca de um ano. Prestes a se aposentar, a pobre professora é mais uma vítima das maldades do imperador Dom Eloá Ramos. A Secretaria de Educação de Paranã-Puca recebeu ordens para dificultar ao máximo esse direito que todo funcionário público tem,  por lei, a cada dez anos. o interessante é que na última greve dos docentes, o imperador, para se mostrar perante a opinião pública e também para se vingar, num passe de mágica, contratou professores para substituir os grevistas. Agora, fica negando esse direito.
- O pior é que ninguém consegue publicar isso nos jornais porque estão sob o controle do grande malvado! - reclama cheia de indignação, a professora Katiane.
Felizmente, a professora Luziara, imbuída de compaixão, num gesto nobre, se dispôs a tirar a licença de Lisbeth, que atualmente se encontra muitíssimo grata e aliviada.

EPISÓDIO 2:
A professora Suelen, também da Escola Almira Babel, precisou chamar um táxi, após o término das aulas, já que sua filha estava impossibilitada de ir buscá-la. Fazia muito calor e a taxista, ao vê-la entrar bastante suada no veículo, indagou:
- Mas ainda fica suada, mesmo trabalhando no ar condicionado?
- Minha senhora, a gente não tem nem ventilador, quanto mais ar condicionado!
Nota: Por causa da cobertura midiática das lindas propagandas sobre a educação em Paranã-Puca, a população pensa que todas as escolas do reino possuem ar condicionado nas salas de aula, laboratórios equipadíssimos, amplos refeitórios, merendas fartas, modernas bibliotecas, quadras cobertas, etc, etc, etc.

EPISÓDIO 3:
A professora Lisbeth, mesmo licenciada, foi à formação continuada de professores de Biologia, na GRE. Ao chegar lá, constatou que o auditório, destinado à capacitação, já estava ocupado com uma reunião de gestores. Todos tiveram que se dirigir à antiga biblioteca e como o ambiente era pequeno e havia bastantes pessoas,  muitas permaneceram em pé, naquele ambiente abafado. O capacitador, muito educado e gentil, pedia desculpas pelo local inapropriado. Os professores resolveram então, pedir que a capacitação fosse adiada para outro momento e num local que acomodasse todo mundo. Ao saber disso, o coordenador entrou no recinto esbravejando e despejando em cima dos docentes todos os títulos que possuía. Felizmente, estes não baixaram a cabeça e responderam à altura ao soberbo cidadão. Resultado: a reunião foi adiada.
Kate Marrone58 em Notícias de Paranã-Puca

terça-feira, 5 de março de 2013

A LENDA DO GRANDE DIÁRIO (Aula Inaugural?)

Todos os docentes de Paranã-Puca foram convocados para a aula inaugural promovida pela Secretaria de Educação do reino. O interessante é que o ano letivo já foi iniciado no dia 1º de fevereiro, porém, como Dom Eloá Ramos é uma figura muito espetaculosa, que adora holofotes e ainda por cima quer se tornar o imperialíssimo chefe de Terra Brasílis a todo custo, o encontro teve ares grandiosos. Realizado no Honda Hall, na província de Que Linda!, com o tema "Educação do Século XXI: a escola promovendo inovação, conhecimento e protagonismo", o evento reuniu milhares de profissionais em educação que compareceram com medo de sofrerem desconto por falta, caso deixassem de ir.
A professora Katiane, da Escola Almira Babel, questionou o tema, que foge à realidade: "Que tipo de escola é essa? Que protagonismo é esse, se atualmente vivemos como reféns de uma ditadura que pode tomar proporções continentais? Além do mais, se a aula inaugural está sendo realizada com um mês de atraso, então quando será feita a entrega dos famosos diários de classe?"

Kate Marrone 58, antiga repóter dA Moita em Notícias de Paranã-Puca.